O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), recebeu a imprensa no fim da manhã desta sexta-feira, 30, para comentar a Operação Sisamnes, da qual foi um dos alvos desta 9ª fase. Conforme informações da Globo News, diálogos captados pela Polícia Federal (PF) indicam que o gestor afirmou “ter um contato” em Brasília ao advogado Thiago Barbosa, sobrinho do governador Wanderlei (Republicanos) e atualmente preso no âmbito do mesmo processo que investiga vazamento de informações sigilosas. O político ainda teria atualizado a situação dele em uma investigação e acertou o mês da deflagração da Máximus, que atingiu em cheio o Poder Judiciário do Tocantins.
PF LEVOU APENAS O CELULAR E APORTE
Eduardo Siqueira Campos relatou que foi surpreendido pela Polícia Federal às 6 horas e que a ação durou por volta de uma hora e meia. O gestor exaltou o “tratamento profissional, respeitoso e ético” dos agentes, revelando que foram levados apenas o celular e o aporte. “Não teve nenhum momento de constrangimento”, pontuou, citando que episódios deste tipo são algo natural da vida do homem público. O inquérito policial chegou a pedir prisão preventiva e afastamento da função pública, o que foi negado pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF). “Não envolve gestão de governos ados, mandatos de senador, deputado, secretário, de prefeito. Restringe-se a uma questão denominada de vazamento de informação”, fez questão de destacar.
INDICAÇÃO DE ADVOGADO A THIAGO BARBOSA
Sobre o inquérito, Eduardo Siqueira Campos avalia que acabou alvo da Operação Sisamnes por ter indicado o advogado Michelangelo Corsetti a Thiago Barbosa. “Isto não envolve a prefeitura, nada meu em relação a desvio de conduta ou a cargos que ocupei. A questão se resume a: eu indiquei meu advogado para o jovem Thiago Barbosa. É isto, apenas isto. Nada mais tenho que responder além disso”, argumentou.
RELAÇÃO COM THIAGO BARBOSA
Em relação ao porquê da indicação, o prefeito falou sobre a relação com Thiago Barbosa e itiu ter “um afeto muito grande” por ter sido amigo próximo de sua mãe, Márcia, já falecida. Antes de se formar, o agora advogado também atuou no gabinete de Eduardo Siqueira Campos no mandato de deputado estadual (2015 a 2022). “Ele foi meu funcionário, o conheço desde jovenzinho. Lamentei muito a situação dele. Não posso responder por ele, mas antes que tudo isto ocorresse, ele veio a mim, e eu disse que tinha um bom advogado, que foi constituído de forma legal”, justificou o político.
TROCA DE INFORMAÇÕES QUE RODAM, CONVERSAS MAIS DO QUE COMUNS
Eduardo Siqueira Campos também endereçou as conversas com Thiago Barbosa em que o atualiza de um processo e projeta a Operação Máximus, revelado pela Globo News. O prefeito minimizou estes diálogos e afirma se tratar apenas suposições e conjecturas naturais do debate político, o que envolve também a imprensa e profissionais de advocacia. “Dentro deste recinto conversei diversas vezes com jornalistas que me perguntam, ‘está ouvindo falar que vai ter operação?’, falei ‘tô’; ‘nossa, é verdade que chegaram 100 policiais’, ‘ouvi dizer que sim’. Ouvi dizer que ia ter operação em agosto, que ia ter afastamento, que ia ter na Assembleia. Muitos aqui conversaram sobejamente sobre o assunto. Tudo isto que está dito ali, sempre foi troca de informações que rodam. Tem mais de 50 advogados neste processo, eles têm o. Essas conversas são mais do que comuns”, defendeu o gestor, que reforçou: “Só sei o que dizem por aí. Não tenho nenhuma informação privilegiada, não tenho fonte no STJ, não é meu papel”.
PROIBIÇÃO DE TER CONTATO COM O PRÓPRIO ADVOGADO
O único ponto de crítica de Eduardo Siqueira Campos foi a decisão do Supremo de proibir contato com o próprio advogado, Michelangelo Corsetti, que indicou a Thiago Barbosa. O prefeito informou que deve recorrer. “Há esta medida de impedir que meu advogado tenha contato comigo, sendo que fez terça-feira agora uma sustentação oral aqui no TRE [Tribunal Regional Eleitoral]. Como é que vou ficar sem advogado? Ninguém pode. Espero que possa ser revista”, pontuou.
NOTA À IMPRENSA
Nesta tarde, a Secretaria da Comunicação de Palmas também divulgou nota em que ressalta que a operação desta sexta, que teve o prefeito como alvo, “não tem qualquer relação com atos da sua gestão à frente da Prefeitura de Palmas, tampouco com seus mandatos anteriores”.
Leia a íntegra:
“Primeiramente, o prefeito Eduardo Siqueira Campos esclarece que a busca e apreensão de que foi alvo, nesta sexta-feira, 30, não tem qualquer relação com atos da sua gestão à frente da Prefeitura de Palmas, tampouco com seus mandatos anteriores.
A Operação Sisamnes investiga o vazamento de informações sigilosas de demais Operações Judiciais, que envolvem terceiros.
Eduardo Siqueira Campos esclarece que não é alvo das investigações que tiveram informações vazadas e que não mantém fontes privilegiadas em tribunais ou em qualquer outra instância do Poder Judiciário.
Os diálogos divulgados pela imprensa são parte de conversas informais com Thiago Marcos Barbosa, que o procurou buscando orientações e a indicação de um advogado para constituir defesa no processo em que responde.
O prefeito Eduardo Siqueira Campos afirma que ter indicado um advogado para Thiago, por si só, não configura qualquer tipo de vazamento de informação privilegiada e nem representa conduta contrária à legislação vigente. Além disso, esclarece ter conversado sobre informações (que supostamente haviam sido vazadas), e que este fato não pode imputar à Eduardo a autoria ou responsabilidade pelo vazamento das mesmas. Depois de vazadas, certas informações ganham o mundo e viram alvo de comentários de todo o meio político.
O Prefeito de Palmas coloca-se à disposição para quaisquer demais esclarecimentos e aguarda que os verdadeiros responsáveis por vazamento de informações sigilosas e tentativas de obstrução de justiça, caso tenham ocorrido, sejam responsavelmente investigados, descobertos e revelados”.