O Tocantins vive momentos turbulentos, entrando para a história como o primeiro estado a ter um mesmo governador cassado duas vezes pela Justiça Eleitoral.
É natural que nos preocupemos com a descontinuidade istrativa e com o desgate da imagem do estado no cenário nacional. Entretanto, se elevamos nosso olhar, nos deparamos com um mar de oportunidades e novos desafios.
Em primeiro lugar, é importante lembrar que as normas que levaram ao julgamento realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral do dia 22 de março ado surgiram de uma imensa mobilização da sociedade brasileira, descontente com as regras ultraadas que autorizavam o exercício dos mandatos por aqueles que não se houveram com a devida ética ao longo dos processos eleitorais.
[bs-quote quote=”É tempo de revermos os nossos procedimentos. Como eleitores, temos a nossa responsabilidade aumentada” style=”default” align=”left” color=”#ffffff” author_name=”Márlon Reis” author_job=”É ex-juiz e pré-candidato a governador do Tocantins” author_avatar=”/wp-content/s/2017/12/MarlonReis60.jpg”][/bs-quote]
Ao abraçar a ideia da “Ficha Limpa”, os brasileiros, aos milhões, disseram ao Congresso Nacional que exigiam mais rigor no tratamento dos desvios de conduta dos candidatos, embalados não pelo moralismo, mas pela racionalidade: as eleições são a véspera dos governos; e irradiam suas virtudes e defeitos por todo o exercício do mandato.
Foi assim que nasceu a Lei da Ficha Limpa, de que tenho a honra de ser um dos criadores. Ela não veio para penalizar ou demonizar a política, mas para ressaltar os seus melhores contornos. A gestão idônea e tecnicamente embasada jamais conduzirá o eleito ao mundo dos inelegíveis. Foi essa a opção que o Brasil adotou, com o respaldo do Congresso Nacional – que aprovou por unanimidade a Lei da Ficha Limpa – e do Supremo Tribunal Federal – que a declarou inteiramente constitucional.
A aplicação de normas tão elevadas não pode conduzir senão a avanços, mas agora precisamos estar abertos às oportunidades criadas por essa legislação tão popular e tão aclamada.
É tempo de revermos os nossos procedimentos. Como eleitores, temos a nossa responsabilidade aumentada. Não podemos permitir que os mesmos vícios sejam repetidos, e muito menos podemos tomar parte nos erros, na compra do voto, no abuso de poder, no uso ilegal da máquina istrativa para gerar falsos vitoriosos. Essa é a oportunidade que nós tocantinenses temos de fazer a escolha certa e essa escolha é pela honestidade.
Nosso estado tem permanecido no noticiário criminal, o que nos causa preocupação e rebaixa a nossa autoestima. Então que tal aproveitarmos o momento para uma reflexão sobre o que esperamos do futuro, para nós e para nossos filhos? Temos que tomar as rédeas do nosso destino e mudar, saindo dessa realidade degradante para construirmos um futuro novo, cheio de oportunidades.
Teremos pela frente – muito em breve – novas eleições. Podemos optar entre a vantagem imediata ou pelo resgate do Tocantins como o estado da esperança para todos. Já vimos onde a primeira opção nos levou. O povo tocantinense merece mais.
Só nos resta apostar em novas práticas, aquelas que farão o estado se transformar na terra do crescimento econômico sustentável, abrindo espaço para uma iniciativa privada vigorosa e responsável, geradora de empregos de qualidade, capazes, por sua vez, de cumprir a promessa de independência e de prosperidade que o Tocantins fez a seu povo.
Tudo isso está em nossas mãos. Tudo isso dependerá das nossas escolhas e, fundamentalmente, do nosso voto.
Está na hora de retirar o nosso estado das páginas policiais e de colocá-lo em evidência pelo desenvolvimento com justiça social, atraindo investimentos e proporcionando orgulho a todos que aqui nasceram ou que escolheram esse pedaço magnífico do Brasil para viver com suas famílias.
Vamos transformar o Tocantins no estado da Ficha Limpa e da prosperidade.
Estamos todos convidados a esse desafio.
MÁRLON REIS
É ex-juiz, um dos criadores da Lei da Ficha Limpa e pré-candidato ao governo do Tocantins
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