Caros prefeitos e prefeita do G5+,
É com imensa alegria que vejo a união dos cinco gestores das maiores cidades tocantinenses, mas espero que seja para muito além do efêmero processo eleitoral de 2026, que a logo, num piscar de olhos. As necessidades do Estado, contudo, continuarão impondo-se como um monstro de muitos braços, asas, chifres horrendos e soltando fogo pelas ventas contra o nosso povo. Domar essa besta abominável só com muita experiência, competência, espírito público e compromisso com o Tocantins. Sobretudo as três últimas, são qualidades em falta na política do cerrado. Nossa maior crise, senhores e senhora, é de liderança.
Prefeitos e prefeita, essa é a grande virtude do G5+, que vejo como a soma de esforços de alguns quadros do que temos de melhor da velha e da nova guarda da vida pública tocantinense. De um lado, um Eduardo Siqueira Campos repaginado, com larguíssima experiência e cheio de uma vontade de garoto; e uma Josi Nunes que se superou várias vezes, ao conseguir se levantar após a derrota para o Legislativo e ao contornar momentos difíceis da gestão para se reeleger. De outro, três dos maiores talentos revelados pela política estadual nos últimos anos, Wagner Rodrigues, Ronivon Maciel e Celso Morais.
As eleições de 2026 não podem ser o objetivo último dessa união, mas tão somente a prova de fogo que vai forjar a relação dos cinco. O alvo do grupo precisa ser o desenvolvimento do Tocantins. A prosperidade que se vê em Palmas, Araguaína, Gurupi, Porto Nacional e Paraíso tem que se espraiar pelo interior profundo para livrar nosso povo das garras daqueles que usam a miséria humana como fonte perpétua de poder e renda.
O desenvolvimento das cidades onde hoje os “coronéis” são os provedores da fralda ao caixão — e com isso sequestram a cidadania de milhares de tocantinenses — deve ser o foco de quem tem compromisso efetivo com o Tocantins. A independência de mais de uma centena de cidades, só alcançável com a geração massiva de empregos, será o novo marco da nossa história, como é o 5 de outubro de 1988.
E o que o G5+ tem a ver com isso? Tudo. Os senhores e a senhora não são líderes de uma cidade apenas, mas de vastas regiões do Estado, porque seus municípios são polos que irradiam e atraem. Se essa condição gera problemas às suas gestões, também é verdade que oferece oportunidades para se trabalhar em conjunto, pelos cinco maiores e com os prefeitos circunvizinhos, projetos de desenvolvimento integrado, de forma que, como a locomotiva que arrasta os vagões, as cidades maiores possam liderar um processo de prosperidade microrregional.
Assim, o papel dos líderes que vocês são no G5+ vai muito além das eleições vindouras e do sucesso de suas gestões. Essa força de que dispõem e a liderança regional que os senhores e a senhora exercem precisam ser colocadas à disposição de um futuro melhor para todos. O um terço de tocantinenses que vivem abaixo da linha de pobreza, situação que nos envergonha, não é de responsabilidade exclusiva do governador, mas de cada um que assumiu qualquer posição de liderança no Estado, ainda mais daqueles que possuem amplo alcance em sua atuação política, como é o caso dos prefeitos e da prefeita do G5+.
Que os senhores e a senhora tenham sucesso nessa empreitada que pode mudar os rumos do nosso Tocantins.
Saudações democráticas,
CT